No riquíssimo livro de Joseph Campbell – com o jornalista Bill Moyers – , O poder do mito (Palas Athena, 1990) há, entre tantas passagens por demais interessantes (e muitas comoventes), há uma sequência que fala da arte e, destaco, da poesia:
[...] Nos Upanixades há uma imagem da energia original, concentrada, responsável pela grande explosão da criação que produziu o mundo, destinando todas as coisas à fragmentação temporal. Mas ver, através dos fragmentos do tempo, o poder total do ser original – essa é a função da arte.
[...] A beleza é uma expressão daquele arrebatamento de estar vivo.
[...] Cada momento deveria ser uma experiência como essa.
[...] O que vai ser de nós amanhã não é importante comparado com tal experiência.
[...] O que estamos tentando fazer [nesta conversa sobre os mitos e a vida], de certo modo, é apreender a essência do nosso assunto através dos meios parciais de que dispomos para expressá-los.
[...] Mas se não podemos descrever Deus [palavra muito problemática para denominar O Grande Mistério ou A Divindade], se nossa linguagem não é adequada, como é que erguemos construções sublimes? Como criamos essas obras de arte, que refletem o que os artistas pensam de Deus? Como fazemos isso?
[...] Ora, é o que a arte reflete – o que os artistas [que Campbell considera os “modernos” construtores de imagens mitológicas] pensam [disso que chamamos] de Deus, a experiência de Deus que têm as pessoas. Mas o mistério último, imponderável, está além da experiência humana.
[...] Portanto, o que quer que experimentemos, temos de expressar em uma linguagem que não é apropriada à situação.
[...] Eis a função da poesia. Ela é uma linguagem que deve ser assimilada aos poucos, cuidadosamente. A poesia envolve uma escolha precisa de palavras, cujas implicações e sugestões ultrapassam as próprias palavras. Graças a isso, você experimenta o esplendor, a epifania, que é uma aparição da essência [das coisas].
[...] Portanto, a experiência de Deus [da Divindade] está além do que podemos descrever, mas nos sentimos compelidos a tentar descrevê-la [...].
*Para quem quer dar uma olhada em outras passagens, tem este link:
http://www.culturabrasil.pro.br/campbell.htm
A citação inicial:
“Dizem que o que todos procuramos é um sentido para a vida. Não penso que seja assim. Penso que o que estamos procurando é uma experiência de estar vivos, de modo que nossas experiências de vida, no plano puramente físico, tenham ressonância no interior do nosso ser e da nossa realidade mais íntimos, de modo que realmente sintamos o enlevo de estar vivos.”
[...] Nos Upanixades há uma imagem da energia original, concentrada, responsável pela grande explosão da criação que produziu o mundo, destinando todas as coisas à fragmentação temporal. Mas ver, através dos fragmentos do tempo, o poder total do ser original – essa é a função da arte.
[...] A beleza é uma expressão daquele arrebatamento de estar vivo.
[...] Cada momento deveria ser uma experiência como essa.
[...] O que vai ser de nós amanhã não é importante comparado com tal experiência.
[...] O que estamos tentando fazer [nesta conversa sobre os mitos e a vida], de certo modo, é apreender a essência do nosso assunto através dos meios parciais de que dispomos para expressá-los.
[...] Mas se não podemos descrever Deus [palavra muito problemática para denominar O Grande Mistério ou A Divindade], se nossa linguagem não é adequada, como é que erguemos construções sublimes? Como criamos essas obras de arte, que refletem o que os artistas pensam de Deus? Como fazemos isso?
[...] Ora, é o que a arte reflete – o que os artistas [que Campbell considera os “modernos” construtores de imagens mitológicas] pensam [disso que chamamos] de Deus, a experiência de Deus que têm as pessoas. Mas o mistério último, imponderável, está além da experiência humana.
[...] Portanto, o que quer que experimentemos, temos de expressar em uma linguagem que não é apropriada à situação.
[...] Eis a função da poesia. Ela é uma linguagem que deve ser assimilada aos poucos, cuidadosamente. A poesia envolve uma escolha precisa de palavras, cujas implicações e sugestões ultrapassam as próprias palavras. Graças a isso, você experimenta o esplendor, a epifania, que é uma aparição da essência [das coisas].
[...] Portanto, a experiência de Deus [da Divindade] está além do que podemos descrever, mas nos sentimos compelidos a tentar descrevê-la [...].
*Para quem quer dar uma olhada em outras passagens, tem este link:
http://www.culturabrasil.pro.br/campbell.htm
A citação inicial:
“Dizem que o que todos procuramos é um sentido para a vida. Não penso que seja assim. Penso que o que estamos procurando é uma experiência de estar vivos, de modo que nossas experiências de vida, no plano puramente físico, tenham ressonância no interior do nosso ser e da nossa realidade mais íntimos, de modo que realmente sintamos o enlevo de estar vivos.”
E para ver no YouTube a entrevista (legendada em português), eis o link da primeira parte (de seis):
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