19 de dez. de 2009

Fermentação entérica ameaça o planeta



Pessoal,

Juntando uns e-mails da lista do MGU, montei a seguinte reflexão, aproveitando que está terminando a COP15.

Abraços!

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Fermentação entérica ameaça o planeta

Esta findando a conferência de Compenhague, a COP15. Assunto fundamentais para a sobrevivência da nossa "Nave Mãe" estavam e estão em jogo. Um fato que achei bastante interessante se refere a uma das nossas manipulações da população terráquea: a dos bovinos, nossos irmãos (reportagem no final). Um número estratosférico (!!!) desses seres e companheiros terráqueos, que predamos para nossa alimentação, ao emitirem em especial seus "arrotos" digestivos (os técnicos chama de "fermentação entérica"), num volume constante e impressionante, ao se somarem com outras consequencias da pecuária intensiva, tem significado "quase a metade de todos os gases causadores do efeito estufa no Brasil".

Ou seja, nossas relações com outros seres terrestres é de uma dominação bárbara, irresponsável e estúpida, porque ameaça até mesmo aquele que se pretende "O Rei da Criação"... Se agimos assim, sem consideração ao próprio planeta e companheiros animais e vegetais que conosco convivem, como seria com outros seres e lugares???

Falando em gado, eu tenho simpatias pelo vegetarianismo. Há mais de 20 anos não costumo comer carne, em especial de mamíferos. Em muitas concepções de formação da corporidade animal (incluindo o animal humano, obviamente), existe o "corpo astral", campo energético que mantem-se agregado ao corpo físico por tempos, mesmo após a morte, interferindo na "astralidade" da pessoa que consome a carne, com consequências físicas e “espirituais” no sujeito “carnívoro”.

Não como carne também por motivos estéticos - acho meio horripilante um animal esquartejado, como se vê em açougues. E motivos éticos: o sofrimento de um boi ou porco são tão evidentes; os gemidos, gritos e o pavor tão notórios, que tento evitar a cumplicidade com a crueldade implicada (cumplicidade) na matança.

Como onívoros conscientes, nós, animais humanos, podemos escolher nossa alimentação. Eu como carne esporadicamente, caso sinta muita vontade ou necessidade protéica, ou queira compartilhar com outras pessoas um determinado momento de refeição ou festejo. Muitos povos são carnívoros quase 100%, caso dos esquimós, pelo que sei. Morreriam se não comessem outros animais. Claro que isso parece ser feito - a morte, a caça, a preparação e o consumo (e não só os músculos são comidos, mas até o conteúdo do estômago e intestino) - dentro de uma ritualidade e enorme respeito ao ser sacrificado.

Mas voltando ao assunto anterior, na notícia justamente me chamou a atenção é que não se trada dos "flatos" (“peido” ou “pum”, no popular) dos bovinos ou outro animal. Essa grande quantidade de metano (CH4) que colabora no efeito estufa é produzida por herbívoros, que possuem o "rúmem", o "pré-estômago", e então "arrotam" o gás naturalmente, dentro do seu processo digestivo, a tal "fermentação entérica" mencionada - uma característica dos ruminantes.

Mas a nocividade vem, na verdade, da quantidade ou volume produzido. Uma coisa é meia dúzia de bois; outra, é uma população de milhões "arrotando" ao mesmo tempo e sem parar...
E quem desenvolveu uma população bovina desse tamanho aberrante?? Ora, quem se não os queridinhos de Deus ("Crescei e multiplicai-vos...")? Aqueles que se acham o "ápice" do processo evolutivo do Cosmos...

Sobre a pesquisa, inclui na chefia dos trabalhos um cientista do INPE, o nosso Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, além da Universidade Federal de Brasília (UnB) e outras instituições que me parecem confiáveis.

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Metade das emissões de gases-estufa do Brasil vem da pecuária

Publicada em 11/12/2009 às 11h03m

BRASÍLIA - O rebanho bovino brasileiro emite anualmente quase metade de todos os gases causadores do efeito estufa no Brasil. E a abertura de novas áreas de pastagens responde por 75% da área devastada na Amazônia e por 56,5% no Cerrado do país, estima um estudo inédito coordenado pelos pesquisadores Mercedes Bustamante (UnB), Carlos Nobre (Inpe) e Roberto Smeraldi (Amigos da Terra).

O levantamento, a ser divulgado amanhã na conferência sobre mudanças climáticas em Copenhague, aponta para o " potencial " de redução de emissões pela pecuária nacional. Essa concentração das emissões do país num único segmento seria, segundo os pesquisadores, " a mais importante " oportunidade de mitigação no Brasil.

"Devemos caminhar para uma agricultura integrada ao ambiente tropical, científica e tecnológica, que aumenta sua eficiência, diminui seu impacto ambiental, inclusive em emissões" , diz o climatologista Carlos Nobre. As opções de mitigação pelo setor "não implicam o corte na produção atual" e podem ser compatíveis com a " elevação moderada " da produção. A compensação ambiental poderia ser feita via redução do desmatamento, eliminação do fogo no manejo de pastagens, recuperação de áreas e solos degradados, regeneração da floresta secundária, redução da fermentação entérica e implantação do sistema misto de integração lavoura-pecuária.

A pesquisa avalia as três principais fontes de emissão do setor: desmatamento para formação de pastagem e queimadas da vegetação derrubada, além de queimadas de pastagem e fermentação entérica do gado (o chamado " arroto " do rebanho). O estudo não considera, porém, emissões de solos de pastagens degradadas, da produção da ração, de grãos, do transporte e dos frigoríficos. Os cálculos seriam assim " conservadores " , pois não foi computado ainda o desmatamento fora da Amazônia e do Cerrado.

O estudo, assinado por dez cientistas, diz que as emissões da pecuária bovina caíram para 813 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) equivalente no ano passado, de 1,09 bilhão de toneladas em 2003. A emissão total associada à pecuária na Amazônia passou de 775 milhões de toneladas de CO2 a 499 milhões. No Cerrado, o volume foi de 231 milhões de toneladas a 229 milhões. Nas demais regiões do país, as emissões passaram de 87 milhões a 84 milhões.

O trabalho científico avalia que a alteração no cenário das emissões deve incluir o fim da impunidade nas grilagens de terras da União na Amazônia e a aplicação do decreto de crimes e infrações ambientais. " Há uma relação clara entre essa impunidade, a especulação fundiária desenfreada e a degradação das florestas, especialmente na Amazônia " , afirma. A implantação de grandes frigoríficos seria o " principal motor " da expansão descontrolada e sem precedentes da atividade pecuária.

" A sustentabilidade econômica da indústria da carne requer drástica queda em carbono-intensividade " , diz Roberto Smeraldi, da ONG Amigos da Terra.

FONTE: http://oglobo.globo.com

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