24 de set. de 2012

Fé farofa

Não vou nem falar sobre acreditar ou não em Deus ou ser adepto de alguma religião, igreja etc.

Vou só raciocinar a partir dos acontecimentos, onde pessoas e, até, “autoridades”, estão, mais uma milionésima vez, furiosos com, agora, um filme que estaria ofendendo a religião muçulmana...

O que acontece na cabeça das pessoas para que tomem de uma forma tão ofensiva e reajam com tanta histeria a uma suposta calúnia?

Volto a esta  pergunta que fiz em relação a determinados cristãos extremamente ofendidos com a retirada de crucifixos de lugares públicos, como as salas de júri, ou seja, salas do Estado, que no Brasil é laico desde a proclamação da república.

Mas que fé é esta que se abala com uma piada – mesmo que seja de mal gosto? Não estariam Alá e Maomé muito além de algo tão humano - provocações que se poderia dar de ombros e classificadas como tolices ou bobajada?

Desconfio que tais reações violentas de muitos adeptos demonstram que, ao invés de forte, trata-se de uma crença frágil, sempre a ponto de se desmoronar. Precisa se afirmar (a crença) com reações histéricas, de enorme violência contra aqueles que a negam, desdenham ou criticam. Assim, quando surge a oportunidade, queimam, matam, destroem, como se, com isso, demosntrassem o quanto é grande a sua fé. Similar ao cara inseguro de sua orientação sexual ("machesa"), que vive bradando a sua virilidade, e a qualquer insinuação contrária, “puxa o facão” e já sai querendo matar, bater, rebentar... Na verdade, não tem certeza (não "se garante", para usar um termo machista) e teme a si mesmo; a qualquer momento pode “dar um escorregada”....

Será que uma crença religiosa de fato vigorosa seria vilipendiada por coisas feitas por quem supomos “ignorantes”, que estão toldados para a fé? Repetindo: Alá não é maior, magnânimo? Maomé não é imune a mesquinharias de pobres mortais? Ofensas não deveriam ser tratado como travessuras de crianças? Onde estão os fundamentos da fé? Não estariam muito bem calçadas nas profundezas? Por que se abalar com marolas ou um sopro débil na superfície? Ora, parece que tal fé é postiça ou um pretexto para se exercer instintos brutais, a irracionalidade animal que todos carregamos.

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