Ao falar da Amy, falei do Jimi, dois talentosos artistas mortos por conta das decorrências do abuso de álcool e outras drogas ao longo de suas breves, intensas e conturbadas vidas. Considerado o maior guitarrista da história, de descendência afro e indígena, nascido nos EUA dos anos de 1940, teve como seu primeiro instrumento de cordas uma espécie de pequeno violão ou cavaquinho de quatro cordas de origem portuguesa, o ukelele, originalmente (e com outro nome) trazido por portugueses da Ilha da Madeira direto para o Havaí provavelmente no final dos anos de 1700, quando a ilha iniciou o cultivo e beneficiamento da cana de açúcar, outra tecnologia dominada pelos lusos com maestria (e que também tem apropriação de anteriores conhecimentos árabes, hindus e chineses).
Nessa peculiaridade de Hendrix, que, ainda na infância, ganha de seu pai um instrumento musical da tradição lusitana, vemos, mais uma vez, a multiplicidade das influências étnico-culturais – consubstanciadas também em tecnologias para a produção de sons musicais por percussão de cordas – compondo uma personalidade e suas habilidades.
E quantas centenas ou milhares de pessoas se cruzaram direta ou indiretamente no afloramento e manifestação da musicalidade de Jimi Hendrix? Se considerarmos só um outro elemento básico do seu instrumento, como o captador elétrico da sua primeira guitarra, comprado por 5 dólares em Seattle, quantos e quantos conhecimentos desenvolvidos por inúmeras pessoas em diferentes épocas acabam entrando neste "bland"? Poderíamos começar com o circunspecto inglês James Maxwell, que desenvolveu as equações físico-matemáticas que possibilitaram a “visão” e manipulação do eletromagnetismo...
Muita água rolou até o estrelato de Jimi em Londres, do outro lado do mundo, culminando em sua lamentável e precoce morte...
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