3 de jun. de 2013

Escola: múmia paralítica*



Valeu, rapaz! Muito legal!

Sim!! Reflexões/questões muito importantes. Muitas mudanças acontecendo rapidamente no campo da formação, da educação. Vejo uma crise que cada vez mais se torna aguda. Mas o ensino superior, me parece, vai continuar sendo um importante distintivo social/profissional. Aliás, os diplomas vão continuar valendo mais ou menos conforme a instituição onde a pessoa se formou. Mesmo que mais gente tenham diploma superior, ter um diploma da universidade "X" em Direito vale mais do que um da faculdade "Y", mas menos do que um da "Z". Claro que para um concurso público, o que vai valer é o quanto o cara estudou e memorizou.

Outra coisa que me ocorre, ligado a questão: minha filha estuda no ensino médio particular. Esses dias foi estabelecido que os alunos devem deixar seus celulares numa caixa antes de entrar na sala... Como é isso?? Que tipo de escola e professores são esses que não conseguem conviver com uma máquina com tantas possibilidades? Medo do uso? Medo da “concorrência”? Os estudantes podem gravar as aulas, fotografar as anotações no quadro, ter uma vídeo-aula sobre o assunto, pesquisar na Wikipedia, trocar ideias pelas redes sociais etc. Para mim isso de impedir o uso do celular em sala é um dos exemplos da falência de algo que cada vez mais se torna pró-forma; a gurizada aprende, mesmo, em outros lugares; aprende “apesar” da escola; a escola é, muitas vezes, o matadouro da vontade de conhecer e da criatividade.

Isso também me lembram um teórico da educação chamado Ivan Illich, que escreveu “Sociedade sem Escolas” (ou sociedade desescolarizada) – isso lá no início dos anos de 1970. Ele faz pesadas críticas ao domínio/monopólio que as instituições escolares pretendem ter sobre o conhecimento “verdadeiro” e sua difusão, sendo as únicas organizações “autorizadas” a difundir o “conhecimento legítimo”. Illich propunha um rompimento com esse domínio escolar, passando a valer toda a forma de conhecimento (inclusive o chama popular) e aprendizado, sem necessidade do aval institucional de uma escola formal, faculdade, universidade...

Outra hora podemos conversar melhor sobre essas coisas. Vamos nos falando!

Abração!

*Se naõ me falaha a memória, "Múmia paralítica" era um dos bordões de um personagem interpretado por Agildo Ribeiro em um programa humorístico da TV brasileira na década de 1980, usado como chingamento.

Nenhum comentário: