Em 2012 está se fechando 50 anos da publicação do “Capitalismo e Escravidão no Brasil Meridional – O negro na sociedade escravocrata do Rio Grande do Sul”, um denso estudo com viés marxista (e weberiano)do então jovem sociólogo e professor da USP, Fernado Henrique Cardoso, pupilo do saudoso Florestan Fernandes. Mesmo sofrendo contestações (qual obra tão longeva não sofreria?) e padecendo desta associação negativa com o “Fernando Henrique presidente da república pelo PSDB”, me parece um estudo fundamental, uma obra muitíssimo importante para o RS, que vem romper com a visão “idílica” sobre a escravidão na história rio-grandense, em especial nas charqueadas, onde, dizia-se (e alguns ainda dizem, tchê!) as relações seriam muito mais brandas e outras balelas. De lambuja, ainda no princípio da formação do MTG, a obra de Cardoso “esculhamba” com os artificialismos do paraíso gaúcho, como configura o nosso moderno folclore manifesto nos CTGs. Cardoso construiu seu estudo ao longo dos anos de 1955 até 1962, quando saiu a primeira publicação da sua tese. Antes disso, em 1960, saiu dele o “Cor e mobilidade social em Florianópolis”, que escreveu junto com o Octavio Ianni – trabalhos estes integrados numa produção capitaneada pelo ativíssimo Florestan.
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